
Vamos conversar sobre sexo durante a gravidez?
Quando pensamos em sexo durante a gestação, o primeiro ponto a ser considerado é a segurança.
Em geral, para grávidas sem complicações, a atividade sexual é segura durante todas as 40 semanas.
O bebezinho, bem protegido pelo útero, pelo líquido amniótico e por uma série de mecanismos naturais do corpo materno, não é afetado pelas relações sexuais.
No entanto, existem, sim, situações em que o médico pode recomendar que se evite o contato íntimo – como em casos de placenta prévia, histórico de aborto espontâneo ou risco de parto prematuro.
Por isso, é essencial que a gestante tenha um acompanhamento regular com seu obstetra, que poderá orientá-la de forma personalizada, levando em conta as especificidades da sua gravidez.
Os benefícios do sexo durante a gravidez
Manter a atividade sexual durante a gravidez fortalece a união e ajuda a enfrentar as incertezas que acompanham a gestação.
O sexo também tem um efeito relaxante, pois libera endorfinas, hormônios que promovem uma sensação de bem-estar e reduzem o estresse.
Além disso, para a gestante, a atividade sexual melhora a qualidade do sono e contribui para a sensação de normalidade em meio às tantas mudanças.
Ademais, algumas pesquisas indicam que a liberação de ocitocina durante o orgasmo pode até ajudar a preparar o corpo para o parto, fortalecendo os músculos do útero.
Sexo na gravidez: mudanças no corpo e no desejo
Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por grandes e rápidas transformações.
Nesse sentido, o aumento dos níveis hormonais, as mudanças na circulação e o crescimento da barriga influenciam diretamente na forma como o corpo reage ao sexo.
Desse modo, é comum que o desejo sexual varie ao longo dos trimestres. No primeiro, muitas mulheres costumam ter um desejo reduzido devido à fadiga e às náuseas.
Já no segundo, a melhora dos sintomas e o aumento da lubrificação natural costumam contribuir para a elevação do desejo sexual.
No terceiro trimestre, embora o interesse possa diminuir um pouco por conta do desconforto físico e do cansaço, algumas grávidas preferem novas formas de contato íntimo para além da penetração.
O importante é que o casal esteja atento e se comunique sobre o que cada um está sentindo, entendendo que a oscilação no desejo não se trata de falta de afeto, mas sim de um corpo que está se ajustando a muitas alterações em um curto período.
Adaptações e posições mais confortáveis
À medida que a gravidez avança, algumas posições podem ser desconfortáveis ou até dolorosas devido ao tamanho da barriga e à sensibilidade do corpo. Por isso, é necessário adaptação.
Por exemplo, a posição em que a mulher fica por cima ajuda para que ela controle a profundidade e o ritmo da penetração, ajustando o movimento conforme o que for mais confortável.
Outra opção é a posição lateral, onde ambos os parceiros se deitam de lado; essa alternativa reduz a pressão no abdômen e traz um contato mais suave.
Como dica extra, o uso de almofadas para apoiar o corpo pode melhorar ainda mais o conforto durante a relação.
Além disso, reservar momentos de intimidade que não envolvam necessariamente o ato sexual pode ajudar a manter a chama do amor acesa.
Momentos de carinho, abraços e massagens são igualmente importantes para fortalecer a intimidade do casal e trazer bem-estar para ambos.
O mais importante é que vocês dois se permitam ser flexíveis e criativos, sem se prender a regras fixas.
A intenção é criar momentos agradáveis que respeitem as limitações do corpo e as novas necessidades emocionais da gestante, tendo abertura para a experimentação para que o sexo durante a gravidez seja uma fonte de prazer e não de frustração.
Desmistificando mitos e medos
Muitos mitos cercam o sexo durante a gravidez, e eles podem gerar medo e inseguranças desnecessárias.
Um dos mitos mais comuns é que fazer sexo pode prejudicar o bebê ou causar parto prematuro. Mas, estudos mostram que, para a maioria das gestações de baixo risco, essas preocupações são infundadas.
Outro equívoco é pensar que o desejo sexual desaparece completamente durante a gravidez.
Na verdade, conforme já mencionamos, ele pode variar bastante, mas a mudança no ritmo não significa que a mulher está menos interessada; é apenas uma resposta natural às transformações do corpo.
O ponto é que esses mitos acabam sendo perpetuados pela falta de informação verdadeira e pela insegurança dos próprios casais.
Por isso, buscar fontes confiáveis de informação e conversar com o obstetra ajuda muito a desmistificar essas ideias, trazendo uma visão mais realista e tranquilizadora.
Desafios emocionais e físicos
Apesar de ser um período com muitas mudanças positivas, a gravidez também traz o cansaço, uma verdadeira gangorra hormonal e diversas inseguranças, sendo comum que o casal se sinta desmotivado de vez em quanto - ou até mesmo frustrado.
Cada gestação e as experiências dos casais podem variar bastante, pois enquanto alguns encontram no sexo uma forma de aliviar o estresse e ampliar a intimidade, outros podem lidar com muitos desconfortos físicos e consequentemente a baixa libido.
Contudo, o importante é que o casal encontre um ritmo que seja confortável para ambos, sem pressões externas ou expectativas irreais.
Vale sempre lembrar que cada fase da gravidez tem suas particularidades e que essas mudanças são passageiras.
Buscar ajuda profissional também pode ser uma boa opção. Psicólogos e terapeutas especializados oferecem suporte para que ambos os parceiros entendam melhor as mudanças e encontrem formas eficientes de manter a conexão.
E esse apoio, aliado à uma boa comunicação no dia a dia, ajuda a transformar obstáculos em oportunidades de crescimento para o relacionamento de vocês.