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Artigo: Perigos do shareting na era da IA: o que pais precisam saber antes de postar

Perigos do shareting na era da IA: o que pais precisam saber antes de postar
sharenting

Perigos do shareting na era da IA: o que pais precisam saber antes de postar

Shareting é a junção de share (compartilhar) e parenting (criação de filhos) — significa que pais ou responsáveis postam fotos, vídeos ou informações pessoais do dia a dia das suas crianças.

Soa inocente nos tempos atuais, mas saiba que cada imagem ou dado disponibilizado virtualmente se torna parte de um rastro digital. Com IA, esse rastro pode ser usado para treinar algoritmos de reconhecimento facial, alimentar bancos de dados comerciais ou até servir de base para deepfakes.

E pior: uma vez que dados ou imagens estão online, mesmo que de modo privado, é difícil apagá-los completamente. Capturas de tela, cópias ou diferentes formatos podem cair nas mãos de pessoas mal-intencionadas.

Dados sobre shareting

Uma pesquisa da UniCesumar, publicada na revista Bioética, revisitou 73 estudos entre 2016 e 2023 (em inglês, espanhol e português) e descobriu que mais de 80% das crianças em países ocidentais já têm presença online antes dos dois anos de idade.

Outro levantamento da Revista Crescer mostrou que 78% dos pais postam fotos ou vídeos dos filhos nas redes sociais, muitos semanalmente, e 71,2% até se preocupam com privacidade, mas continuam publicando. Esses dados mostram que o shareting é algo praticamente massivo, porém, mal monitorado quanto às consequências.

4 perigos ampliados pelo crescimento acelerado da IA

  1. Reconhecimento facial abusivo e biométrico: algoritmos podem identificar crianças em diversos contextos públicos, em fotos variadas, na maior parte das vezes sem consentimento.
  2. Deepfakes e manipulação de imagem: uso de fotos ou cenas para gerar vídeos falsos ou alterar a realidade, podendo ser usado para bullying, extorsão emocional ou fraude.
  3. Treinamento de modelos de IA com dados de menores: empresas podem usar conteúdos públicos infantis para treinar IA, mesmo que indiretamente, expondo os dados das crianças de forma não autorizada.
  4. Perda de controle sobre quem vê o conteúdo: mesmo postagens “privadas” podem ser capturadas, compartilhadas ou replicadas por terceiros. Não dá para ter 100% de certeza que algum seguidor não vá propagar uma imagem.

Exemplo prático de uso maldoso

Um pai postou uma foto sorrindo com o filho num parque, sem identificar o local; alguém com má intenção captura a imagem, adiciona a localização geográfica escondida e usa para traçar rotas frequentes da família em apps de mapas.

Como isso acontece

Fotos e vídeos frequentemente vêm com metadados, como latitude e longitude, mesmo que você não marque o local. Algumas redes sociais removem esses dados, mas nem todas.

Com IA, é possível cruzar imagens e identificar padrões de rotinas, trajetos e locais da criança, expondo vulnerabilidades graves.

Mesmo postando fotos em frente a um mesmo portão, IA pode reconhecer a escola ou casa específica, cruzando imagens com Google Maps, identificando onde a criança estuda ou mora.

Consequências do sharenting para a criança

  • Saúde mental: crianças podem se sentir constrangidas ou envergonhadas ao perceber que suas imagens e detalhes da vida estão online.
  • Identidade digital permanente: o rastro online torna-se parte da identidade da criança, afetando autoestima, oportunidades futuras e relacionamentos.
  • Risco de abuso e exploração: conteúdos podem ser usados indevidamente, incluindo pedofilia online ou uso comercial sem autorização.
  • Privacidade e segurança violada: informações aparentemente inocentes podem ser compiladas, gerando perfis detalhados sobre a rotina da criança.

O que diz a lei?

No Brasil, existem leis como LGPD e ECA que protegem dados pessoais e crianças, mas há lacunas. As leis não foram desenhadas especificamente para shareting ou para os desafios trazidos pela IA. Além disso, falta regulamentação clara sobre direitos de imagem de menores nas redes sociais e pouca fiscalização quando conteúdos são usados comercialmente ou manipulados sem consentimento.

7 medidas para compartilhar com mais segurança

  1. Limitar ao máximo seu público: usar configurações de privacidade para que apenas amigos ou familiares confiáveis vejam as postagens.
  2. Evitar mostrar dados pessoais sensíveis: não postar nome completo, endereço, nome da escola, rotina detalhada ou localização exata.
  3. Postar fotos genéricas: evitar imagens que identifiquem locais marcantes, uniformes ou rostos muito visíveis.
  4. Filtrar quem compartilha conteúdo: não permitir que outros publiquem fotos ou vídeos das crianças sem autorização.
  5. Rever periodicamente o conteúdo antigo: excluir ou tornar privados fotos e vídeos antigos para reduzir o rastro digital.
  6. Consultar termos de uso das redes sociais: entender que plataformas coletam metadados, mesmo quando se apaga fotos.
  7. Acompanhar legislação vigente: pressionar por direitos de imagem, exigir transparência e opinar sobre como a IA pode usar imagens de menores.

Conclusão

Com a expansão da IA, o shareting deixa de ser apenas compartilhamento e se torna uma vulnerabilidade real. Mas não é para demonizar o ato de compartilhar, e sim pensar: “compartilhar de que forma, onde, por quê, com quem?”

Pais informados tomam decisões melhores, crianças crescem protegidas digitalmente e a relação com a tecnologia pode ser aproveitada sem riscos desnecessários.

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