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Você já ouviu falar de catarata congênita?

A catarata congênita acontece ainda na gestação, mas só pode ser identificada após o nascimento. Ela apresenta uma espécie de película esbranquiçada no olho da criança e tem um aspecto opaco. O teste para identificar o problema é realizado em consultório com o auxílio de uma lanterninha que identifica qualquer anomalia ocular. Essa doença é tratável e geralmente demanda uma cirurgia ocular para correção do quadro. Saiba mais agora!

Você já ouviu falar de catarata congênita?

Sempre que ouvimos a palavra catarata imaginamos imediatamente se tratar de um quadro que acomete apenas idosos. Mas, o que muita gente não sabe é que existe um tipo que se desenvolve ainda na gestação: a catarata congênita.

Mesmo em uma gestação saudável, quando mãe e bebê apresentam excelentes condições e o desenvolvimento do feto acontece conforme o esperado podem ocorrer algumas doenças. A catarata congênita é uma delas, cujo quadro só é identificável após o nascimento.

O que é catarata congênita?

A catarata congênita é uma doença ocular e se trata de uma má formação no cristalino, que acaba gerando uma película branca sobre o olho.

Essa película é perceptível nos primeiros dias de vida logo após o nascimento, e pode ser vista apenas analisando os olhinhos do bebê. Em alguns casos, porém, ela só se torna visível depois de alguns meses.

O quadro pode se manifestar tanto em um olho quanto nos dois. Não há uma regra sobre isso. O mais importante é consultar imediatamente um especialista caso você identifique – ou suspeite – de qualquer anomalia.

Diagnóstico do quadro

Depois que o bebê nasce, se houver incidência da catarata congênita, é possível perceber uma diferença nos olhos, que adquire um aspecto opaco, com uma película branca leitosa.

Embora os pais possam perceber essa diferença no olhinho, somente um profissional consegue dar o diagnóstico correto. Por isso é fundamental que o bebê seja acompanhado por um pediatra que possa garantir a orientação.

O diagnóstico geralmente é obtido através do exame de reflexo vermelho, um procedimento indolor e não invasivo. Nele, o médico utiliza uma lanterninha para entender se há alguma anomalia nos olhos da criança.

Caso o resultado seja positivo, o médico deverá indicar o tratamento adequado para que a visão seja menos prejudicada possível. Muitas vezes esse quadro é passível de tratamento e pode ser totalmente curado.

Causas da catarata congênita

Naturalmente a maior preocupação das mamães é: será que posso evitar que meu bebê tenha isso? A resposta é: depende.

De modo geral a catarata congênita é classificada como uma doença idiopática. Isso quer dizer que ela não tem relação com outras doenças e não possui uma causa específica, podendo ocorrer mesmo em gestações absolutamente saudáveis.

Porém, uma gestação problemática e de risco tem maiores chances de desenvolver essa e/ou outras doenças por conta da fragilidade fetal, o que acaba aumentando os riscos naturalmente. Alguns dos quadros que podemos apontar como preocupantes são:

  • Distúrbios metabólicos na gravidez;
  • Infecções com toxoplasmose, rubéola, herpes ou citomegalovírus;
  • Deformidades no desenvolvimento do crânio do bebê.

Para evitar essas doenças a mulher deve fazer o seu pré-natal corretamente, seguir as orientações de seu médico obstetra à risca e manter uma vida saudável durante todo o período gestacional.

Mas, tenha em mente que embora a saúde da mãe seja fundamental, não é culpa sua se o bebê nascer com esse ou outros problemas. A mãe é a fonte inicial de vida da criança, mas também é uma vida a parte que merece respeito e cuidado.

Fatores genéticos:

Também é importante destacar que os fatores genéticos, embora não sejam determinantes, aumentam a chance do problema. Ou seja, pais que sofreram com catarata congênita podem gerar bebês com o mesmo quadro.

Tratamento da catarata congênita

A catarata congênita é tratável e como ocorre com a maioria das doenças, quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso no tratamento médico.

O método mais adotado é a cirurgia. É comum que seja realizada entre as 6 semanas e os 3 meses de vida do bebê. Quem vai determinar isso é o médico responsável pelo acompanhamento do quadro.

Muitos fatores precisam ser analisados antes de definir o melhor tratamento. O médico precisa entender o grau da doença e as condições de saúde do bebê de modo geral para decidir se a cirurgia é ou não indicada.

Se o caso ocorre nos dois olhos, o médico realiza a cirurgia separadamente para diminuir o incômodo que a criança sentirá no pós-operatório.

Sendo assim, ele opera um olhinho e após 1 mês, submete o segundo olho à cirurgia – que é realizada com anestesia local.

Pós-operatório:

Os cuidados após a cirurgia são fundamentais para a melhor recuperação e para evitar infecções. Os médicos podem receitar colírios com horários específicos para aplicação e outros remédios que ajudam a evitar infecções e inflamações.

Saiba que em alguns casos mais brandos a cirurgia pode não ser necessária e o médico fará um tratamento somente com colírio especial para recuperação do cristalino do bebê.

Quando levar o bebê ao oftalmologista?

Doenças oculares costumam ser silenciosas em especial nas crianças. Afinal, antes da idade escolar fica difícil entender os sinais de que há algo errado com os olhos e a visão do bebê.

A melhor forma de perceber qualquer anomalia é observando os olhos da criança com bastante atenção. Porém, isso não exclui a necessidade de levar o bebê ao oftalmologista.

Especialistas indicam que isso deve ser feito no primeiro ano de vida apenas como medida preventiva. Assim será possível identificar estrabismo, dificuldades para enxergar ou qualquer má formação ocular.

Teste do olhinho:

Todos os bebês são submetidos ao Teste do Olhinho, ou Teste do Olho Vermelho. No Estado de São Paulo isso é uma obrigação médica e faz parte dos procedimentos essenciais para a saúde da criança.

Quando é identificado qualquer problema, como a própria catarata congênita, os pais são orientados para que o bebê siga acompanhado por um especialista. Mas se o exame for bom, então a visita ao oftalmologista deve ocorrer dentro de um ano.

Meu filho tem catarata congênita, e agora?

Se o seu bebê foi diagnosticado com catarata congênita, não entre em desespero. O problema é tratável e a criança pode desfrutar de uma excelente qualidade de vida.

O papel dos pais e responsáveis é garantir o atendimento e acompanhamento médico, buscando ajuda nos hospitais públicos ou particulares. No mais, ficar sempre atentos para notar qualquer problema outras doenças oculares nos bebês ou crianças.

One response to “Você já ouviu falar de catarata congênita?

  1. Boa tarde,
    Meu nome e Priscilla e sou médica anestesista e trabalho com alguns médicos oftalmologistas especialistas em catarata congênita, portanto anestesio muitos bebês com essa patologia.
    Gostaria de parabenizar pela matéria porém precisamos atentar ao tratamento, pois não e possível fazer essa cirurgia com anestesia local em bebês, diferente da cirurgia de catarata do idoso, que e com local mesmo. A anestesia é um grande gerador de ansiedade nas mães e vcs colocando que pode ser feita com local levará muitas mães procurarem algum oftalmo que opere com local, levando a um atraso no tratamento.
    Obrigada

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