Pular para o conteúdo
Frete Grátis Acima de R$150 para todo BRASIL! Cupom de 1ª Compra Cupom de 1ª Compra PRIMEIRA10 Frete Grátis Acima de R$150 para todo BRASIL! Cupom de 1ª Compra Cupom de 1ª Compra PRIMEIRA10 Frete Grátis Acima de R$150 para todo BRASIL! Cupom de 1ª Compra PRIMEIRA10

Artigo: Meu filho não quer brincar sozinho, como mudar isso?

Meu filho não quer brincar sozinho, como mudar isso?

Meu filho não quer brincar sozinho, como mudar isso?

Antigamente, as famílias eram maiores, as crianças brincavam na rua com vizinhos de várias idades e a figura do adulto não era o centro do lazer.

Hoje, com as famílias menores e a vida mais fechada em apartamentos ou casas, o adulto acabou virando o principal - e às vezes único - parceiro de jogo.

Além disso, vivemos na era da superestimulação, onde as telas entregam tudo pronto, sem exigir esforço imaginativo. Assim, quando a tela desliga e a criança se vê diante de uma caixa de blocos, ela muitas vezes não sabe por onde começar.

Para você entender, brincar sozinho é uma habilidade cognitiva que precisa ser aprendida, assim como andar ou comer com talheres. Portanto, não é algo que nasce com a criança; é algo que a gente cultiva.

Outro ponto importante é a segurança emocional. Para uma criança pequena, brincar sozinho pode parecer uma separação, e ela precisa ter certeza de que você ainda está lá, mesmo que não esteja mexendo os bonecos com ela.

Sendo assim,o "não querer brincar sozinho" muitas vezes é apenas um pedido de reafirmação sem palavras: Mãe, você ainda está me olhando? Eu ainda estou seguro?

Respeitando a idade e a fase de desenvolvimento

Assim como no tema da festa, não dá para exigir a mesma coisa de um bebê como se faz com uma criança maior, porque a autonomia cresce conforme o cérebro amadurece.

Por isso, entender em que fase seu filho está ajuda a ajustar a sua expectativa e a sua paciência com o problema.

1 a 2 anos: a fase da exploração assistida

Nessa idade, a brincadeira é, na verdade, exploração sensorial e o bebê quer mexer em tudo, abrir gavetas, sentir texturas, etc.

Ele ainda não tem capacidade de manter o foco em uma atividade mais lúdica e complexa por muito tempo.

O que esperar: o bebê vai brincar por 5 ou 10 minutos e logo vai te buscar.

O que fazer: apenas fique por perto. Sente-se no chão com ele, mas não conduza a brincadeira e deixe que ele lidere, pois a sua presença física já é o combustível que ele precisa para explorar.

3 a 5 anos: a fase do faz-de-conta

Nessa fase sua criança já começa a criar narrativas e os bonecos conversam, os carros têm destinos, as panelinhas fazem banquetes.

O que esperar: o pequeno já consegue se concentrar por períodos mais longos, mas ainda perde a atenção bem rápido.

O que fazer: tente usar um cronômetro ou marcos visuais, por exemplo: "A mamãe vai terminar de lavar a louça e, enquanto isso, você vai construir a garagem dos carros. Quando eu terminar, você me mostra".

6 anos em diante: a fase dos hobbies

A partir dessa idade, a criança já consegue se envolver em atividades mais longas, como montar um lego mais complexo, fazer um desenho detalhado ou criar uma coreografia.

O que esperar: se a criança ainda não brinca sozinha, pode ser por hábito de ter sempre alguém fazendo as coisas por ela ou por falta de interesse nos materiais que tem em mãos.

O que fazer: incentive brincadeira e hobbies que exijam concentração, desafiando a criança a resolver problemas sozinha antes de pedir ajuda.

O ambiente para a criança brincar sozinha

Se você quer que seu filho tenha autonomia, o ambiente precisa conspirar a favor disso. Desse modo, um quarto entulhado de brinquedos, onde nada tem lugar fixo e tudo está misturado, é o maior inimigo da concentração infantil.

Isso porque, o excesso de informação visual causa o que chamamos de "fadiga de decisão", pois a criança olha para aquela bagunça, não consegue escolher nada e acaba indo atrás de você.

Pensando nessa linha, menos é mais. Tente fazer um rodízio de brinquedos, deixando apenas uma pequena parte acessível e guarde o restante.

Isso porque quando a criança tem poucas opções, ela é forçada a ser mais criativa com o que tem.

Dessa forma, um único bloco de madeira pode virar um avião, um telefone ou um sanduíche se não houver outros 50 brinquedos prontos gritando por atenção ao redor.

Organização lógica

Crie estações ou convites para brincar.

Em vez de guardar tudo em cestos profundos onde as peças se perdem no fundo, use prateleiras baixas onde os brinquedos fiquem visíveis e organizados por categorias.

Se a criança sabe onde estão os animais, onde está a massinha e onde estão os livros, ela se sente no controle do ambiente, e a previsibilidade do espaço gera segurança para explorar sem o adulto.

Presença passiva

Muitas mães acham que brincar junto significa estar 100% envolvida na ação, mas existe um conceito maravilhoso chamado presença passiva ou "ancoragem".

Na prática, significa que você está no mesmo ambiente, mas não está participando da brincadeira efetivamente.

Desse modo, você pode estar lendo seu livro ou dobrando roupa enquanto a criança brinca no chão. Se ela te olha, você sorri, valida o que ela está fazendo com algo como "Que torre alta você fez!", e volta para a sua atividade.

Agindo assim, você ensina à criança que a sua companhia não depende da sua participação ativa na brincadeira, e ela aprende a desfrutar da sua presença enquanto exerce a própria individualidade.

Mas, é importante dizer que é um treino gradual. Comece ficando a um metro de distância, depois vá para a poltrona ao lado, até que você consiga estar em outro cômodo e ela continue imersa.

Não interrompa o fluxo quando seu filho estiver brincando

Sabe aquele momento raro em que você percebe que a casa está silenciosa e seu filho está lá, concentradíssimo em encaixar duas peças? A nossa tendência é chegar perto e elogiar: Nossa, que lindo que você está fazendo!

Mas… Não faça isso.

Quando agimos dessa forma, quebramos o estado de fluxo da criança, e ela sai do mundo imaginário dela, voltando para a realidade ao perceber que você está ali disponível.

Muitas vezes, esse elogio é o que finaliza a brincadeira solo e inicia a demanda por atenção.

Então, se você vir seu filho concentrado, passe pelo local como um fantasma, respeitando aquele momento de silêncio como algo sagrado.

Lembre-se que a capacidade de se concentrar profundamente é o que vai transformá-lo em um adulto focado e criativo.

Lidando com o tédio

Quando notamos nosso filho entediado, parece que falhamos como pais se não oferecemos uma atividade atrativa a cada hora.

Mas, é interessante esclarecer que quando a criança reclama de tédio, ela está processando a ausência de estímulo externo.

Logo, se você corre para dar um tablet ou inventar uma brincadeira, você está tirando dela a oportunidade de consultar o próprio catálogo interno sobre o que fazer.

Da próxima vez que ouvir uma reclamação de “não ter nada para fazer”, dê espaço para o vazio, pois é no vazio que as crianças descobrem que uma caixa de papelão pode ser um foguete.

Se a gente preenche todos os espaços, a criança nunca descobre do que é capaz sozinha.

4 estratégias práticas para você implementar hoje

Pote de ideias

Quando estiverem em um momento bom, escrevam juntos em papéis várias atividades que seu filho consegue fazer sozinho (desenhar, montar blocos, olhar livros, brincar de dinossauro).

Assim, quando o tédio bater e ele vier te buscar, peça para ele sortear uma ideia do pote.

Comece junto, saia aos poucos

Sente para brincar por 10 minutos e quando perceber que ele engajou na história, diga: "Vou buscar um copo de água e já volto".

Demore um pouco mais para voltar a cada vez, pois isso deve criar a confiança de que você vai e volta, mas a brincadeira continua.

Valorize o processo, não o resultado

Troque sua frase clássica: "Ficou lindo" por "Vi que você se esforçou muito para equilibrar essas peças sozinho", focando na autonomia dele, não na sua aprovação final.

Tempo do silêncio

Defina um período do dia, pode ser 20 minutos após o almoço, em que cada um faz uma atividade individual sozinho.

Explique que esse é o momento de cada um curtir a própria companhia. No começo é difícil, mas depois se torna um hábito.

Quando o não brincar sozinho esconde outras necessidades

Às vezes, a criança demanda a brincadeira porque é o único momento em que ela sente que tem 100% da sua atenção sem o celular na mão.

Se você dedicar 15 ou 20 minutos de tempo de qualidade exclusivo - sem telas, sem interrupções - o "tanque emocional" da criança enche.

E, com o tanque cheio, ela se sente muito mais segura para se afastar e brincar de forma independente depois.

É paradoxal, mas quanto mais segurança de conexão a criança tem, mais facilmente ela se desgarra para ser autônoma.

Veja Também

Por que algumas crianças têm 'medo do Papai Noel', máscaras e outras fantasias?
crianças com medo de fantasias

Por que algumas crianças têm 'medo do Papai Noel', máscaras e outras fantasias?

Dezembro chega, as decorações se espalham pelos shoppings, os pisca-piscas brilham nas ruas, e milhares de famílias preparam a tradicional visita ao Papai Noel. Os adultos imaginam sorrisos, fotos ...

Ver mais