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O que é o sono bipartido e por que algumas crianças seguem esse padrão?

Sono bipartido é o nome dado ao padrão em que o sono noturno ocorre em duas partes distintas, com um período de vigília no meio. 

Sendo assim, em vez de dormir, por exemplo, das 21h às 7h ininterruptamente, a criança pode adormecer às 20h, acordar entre 1h e 3h da madrugada e voltar a dormir por mais algumas horas. 

Esse intervalo no meio da noite pode durar de 30 minutos até 2 horas, e o curioso é que, durante esse tempo, a criança não está necessariamente com sono leve ou agitada — ela pode ficar acordada, calma, ativa e até bem-humorada.

Não sendo o mais comum, esse padrão de sono pode parecer um problema à primeira vista, mas estudos históricos mostram que o sono bipartido já foi considerado normal em diversas culturas. 

registros do século XVII que descrevem a “primeira” e a “segunda” parte do sono, com um intervalo de tempo em que as pessoas liam, rezavam, conversavam ou faziam tarefas domésticas.

Desse modo, a ideia de que o sono deve ser um bloco único é, portanto, uma construção relativamente recente, influenciada pela revolução industrial e pelas mudanças no estilo de vida moderno.

Por que algumas crianças têm sono bipartido?

O sono bipartido pode ocorrer por diversos motivos, mas é importante lembrar que nem sempre está relacionado a algum tipo de distúrbio do sono. Então, algumas hipóteses a considerar são:

  • Ritmo circadiano próprio

Cada pessoa tem seu relógio biológico, e algumas crianças simplesmente têm um padrão que naturalmente se inclina para o sono em dois blocos.

  • Ambiente inadequado para o sono contínuo

Muitos estímulos antes de dormir, ruídos noturnos ou iluminação artificial interferem na manutenção do sono profundo.

  • Transição de fases do sono

É comum que, entre ciclos de sono, a criança desperte brevemente, entretanto, para algumas, esse despertar se prolonga mais do que o habitual se estendendo demais.

  • Fase do desenvolvimento neurológico

Durante saltos de desenvolvimento ou picos de crescimento, o sono tende a se reorganizar. Consequentemente, acontecem mudanças temporárias no padrão de descanso – incluindo o sono bipartido.

  • Crianças neurodivergentes

Crianças com TEA, TDAH ou outras condições neurológicas podem demonstrar padrões de sono distintos do comum – que podem ou não ter ligação com o sono bipartido.

4 formas de identificar o sono bipartido

Para saber ao certo o que fazer, o passo inicial é diferenciar um padrão de sono bipartido de despertares ocasionais por desconforto ou outras razões. Embora não seja uma tarefa tão simples, vamos ajudar destacando 4 pistas:

  1. A criança acorda em um horário semelhante todas as noites;
  2. Durante o período de vigília, ela está calma, sem sinais evidentes de fome, dor ou incômodo;
  3. Ela costuma voltar a dormir naturalmente, sem necessidade de muito estímulo externo;
  4. O padrão se repete por dias ou semanas, indicando certa consistência;

Se você identificou esses 4 sinais, é possível que seu filho esteja sim seguindo uma organização diferente de sono, mas isso não é, por si só, um problema a ser resolvido. Você só precisa compreender e administrar.

Quando o sono bipartido preocupa?

Quando se trata de dormir, o que realmente importa é a qualidade do sono como um todo e o bem-estar da criança durante o dia. 

Desse modo, se ela acorda disposta, consegue brincar, aprender, se alimentar bem e manter um bom humor, talvez esse seja apenas o jeito natural dela dormir e está tudo certo.

Por outro lado, vale observar se o inverso acontece. Se a criança está constantemente cansada, sonolenta ou irritada durante o dia, fique atenta.

Além disso, se o período de vigília noturna está se estendendo por mais de duas horas, se houver queixas de insônia, pesadelos ou medos, prejudicando a rotina da família, é hora de intervir.

Nesses casos, pode ser interessante buscar apoio de um profissional especializado em sono infantil. Às vezes, pequenas mudanças na rotina já são suficientes para ajustar o ritmo do sono sem precisar recorrer a intervenções mais robustas.

Como lidar com o sono bipartido na prática

Se você acredita que seu filho tem o padrão de sono bipartido, mas não há sinais de prejuízo ao desenvolvimento da criança, é perfeitamente possível adaptar a rotina familiar considerando essa particularidade:

  • Evite estímulos enquanto a criança está acordada em vigília: luzes fortes, eletrônicos ou brincadeiras agitadas podem dificultar o retorno ao sono. Escolha atividades como leitura, massagem ou apenas ficar junto em silêncio.
  • Adapte os horários da casa, quando possível: se o sono da criança inclui um intervalo no meio da noite, talvez seja necessário ajustar o horário de ela dormir ou o cochilo da tarde. Tente encontrar um ritmo que funcione para todos.
  • Considere a alimentação noturna: em alguns casos, um leve lanche antes de dormir ajuda a manter a saciedade e evitar despertares noturnos relacionados à fome.
  • Mantenha uma rotina: um ritual de sono tranquilo ajuda a sinalizar ao corpo que é hora de descansar. Mesmo que o sono ocorra em blocos, a regularidade pode reduzir a duração dos períodos de vigília.

Perguntas frequentes sobre o sono bipartido

O sono bipartido é considerado um distúrbio?

Não necessariamente. Quando não há impacto negativo no desenvolvimento ou no bem-estar da criança, o sono bipartido pode ser apenas uma variação do normal no padrão de sono.

É possível “ensinar” a criança a dormir a noite inteira?

Existem métodos que ajudam a alongar o sono noturno, mas nem todos são indicados para crianças. O ideal é respeitar as necessidades individuais do seu filho e o estágio de desenvolvimento em que ele está. Para uma orientação correta, busque sempre auxílio de um pediatra ou profissional especializado em sono.

Devo focar em algum estímulo específico durante o período que o pequeno estiver acordado?

Só se a criança estiver buscando por isso. Para algumas, o simples contato com o cuidador já é suficiente. O mais importante é manter o ambiente tranquilo e acolhedor.

Até quando o sono bipartido pode durar?

Em muitos casos, o padrão vai se ajustando com o tempo, especialmente entre os dois e cinco anos de idade. Mas há adultos que naturalmente seguem esse ritmo por toda a vida, sem que isso comprometa sua saúde.

Sendo assim, mais do que ajustar o relógio biológico da criança a todo custo, o mais importante é preservar a paz e o bem-estar de todos em casa.

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