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Ronco em crianças: é preciso se preocupar?

Resumo: O ronco em crianças pode causar preocupação. Ele é desencadeado por obstruções nas vias aéreas que acabam gerando o ruído. Os motivos são diversos, mas principalmente alergias ou infecções como amigdalite. Somente uma investigação seguida de um diagnóstico adequado podem orientar os pais sobre qual é o melhor tratamento para cada caso. Leia mais a seguir.

Ronco em crianças: é preciso se preocupar?

Prestar atenção no sono das crianças é essencial para identificar distúrbios que ocorrem especificamente nesse período. O ronco, por sua vez, pode surgir em diversos momentos, representando apenas um problema casual (como durante uma crise alérgica), ou surgir com frequência.

Especialistas comentam que, dependendo da frequência esse problema merece, sim, atenção. O sono dos pequenos pode ter uma série de interrupções.

Algumas crianças demonstram grande dificuldade para adormecer profundamente e ter noites tranquilas de sono. O ronco pode ser um dos problemas que afeta o período de descanso – o que vai ocasionar problemas na concentração, dificultar as atividades durante o dia e até mesmo desencadear alterações hormonais.

Então, quanto mais cedo o problema real for diagnosticado, maiores são as chances de obter sucesso com os tratamentos. Por isso é fundamental entender quando o ronco em crianças deixa de ser normal e passa a ser, de fato, uma patologia.

Como identificar o ronco em crianças?

A melhor forma de identificar o ronco em crianças e perceber quando isso foge do normal é observando atentamente o sono.

Uma suspirada mais profunda é absolutamente normal, no entanto, quando o sono vem acompanhado de ruídos mais altos e frequentes, é hora de ligar o sinal de alerta. Sobretudo, se após despertar, você perceber que a criança não descansou como deveria.

Alguns sintomas que podem indicar o quadro de ronco são:

  • Suor durante a noite: o sono desregulado pela falta de oxigenação pode causar alterações no sistema nervoso simpático, o que leva a um quadro de sudorese.
  • Cabeça esticada para trás: Quando a criança estica a cabeça para trás, pode indicar uma dificuldade na respiração. Então, ela naturalmente se posiciona de forma que facilite a passagem de ar.
  • Dor de cabeça matinal: A falta de oxigenação adequada durante a noite pode causar dores de cabeça pela manhã.
  • Xixi na cama: problemas com oxigênio também interferem nos hormônios responsáveis pela produção de urina. Portanto, é comum que crianças que roncam façam mais xixi na cama.
  • Falta de concentração na escola: dificuldades na escola podem indicar noites de sono comprometidas. Isso geralmente acontece em crianças que roncam, já que não conseguem descansar com qualidade.

Em entrevista ao site da revista Crescer, a neurologista especialista em doenças do sono do Hospital e Maternidade São Luiz (SP) Rosa Hasan alerta que o ronco pode ser sinal de problemas mais graves. É uma espécie de sintoma.

Inclusive, a especialista informa que ele pode prejudicar o crescimento das crianças. Isso porque o ruído mostra que há uma dificuldade de oxigenação dos tecidos. O quadro é mais preocupante quando o ronco é acompanhado pela apneia.

O que é apneia do sono?

A apneia é caracterizada por uma parada repentina na respiração, seguida de uma lufada de ar que é acompanhada pelo ronco. Nesse caso a parada na respiração pode durar cerca de 10 segundos. Você pode ler o conteúdo completo clicando aqui.

A apneia do sono é mais comum em bebês, especialmente no primeiro mês de vida e ainda mais em crianças que tiveram um parto prematuro. Ao notar essa parada de respiração durante o sono os pais devem avisar imediatamente o pediatra.

Os diagnósticos podem variar muito. A apneia do sono em bebês pode ser causada por refluxo gastroesofágico, convulsões, arritmias cardíacas ou uma falha na comunicação cerebral, que deixa de enviar o comando de respiração por alguns segundos.

É importante entender que nem sempre a apneia é acompanhada de ronco. No entanto, a criança que ronca pode, sim, sofrer com apneia. Embora esses problemas existam separadamente eles também são frequentemente percebidos em parceria.

Idades mais afetadas pelo ronco

O ronco em crianças pode se manifestar em qualquer idade. Porém, é mais comum que isso aconteça entre os 2 e os 9 anos.

O problema ocorre porque é justamente nessa fase que acontece o aumento dos tecidos das amígdalas e adenoides. Com esse aumento, também elevam os riscos de inflamações e infecções respiratórias.

O contato com outras crianças durante a idade escolar também aumenta as possibilidades de contrair infecções e doenças. Por isso é comum que durante essa faixa etária, entre 2 e 9 anos, que as crianças passem a respirar mais pela boca, o que pode causar o ronco. Portanto, saiba que o ronco indica que há problemas de ventilação nas vias aéreas e pode ser isso que está causando a obstrução.

Por esse motivo, o quadro pode aparecer em qualquer idade, embora crianças na faixa etária indicada anteriormente sejam as mais acometidas pelo problema.

Principais causas para o ronco em crianças

As causas para o ronco em crianças são diversas. O quadro surge quando há algum problema respiratório, ou seja, o ar não está circulando livremente pelas vias aéreas. Alguns dos principais motivos para levar a esse resultado são:

  • Alergias;
  • Infecções;
  • Obesidade;
  • Doenças respiratórias crônicas como asma;

Mas esses não são os únicos causadores do ronco em crianças. Inclusive, há fatores desconhecidos dos pais, mas que podem desencadear o problema, como o uso excessivo de mamadeiras e chupetas.

Mamadeiras E Chupetas

O uso de mamadeiras e chupetas auxilia nos cuidados da primeira infância, mas também pode desencadear o ronco em crianças. É um efeito colateral que também pode impactar a dentição, entretanto, cada caso precisa ser avaliado com o pediatra responsável e odontologista infantil.

Uma matéria publicada pelo Hospital das Clínicas de São Paulo informa que esses artefatos podem causar uma modificação na arcada dentária e na estrutura bucal dos pequenos.

Com isso, o ar encontra um vasão, já que o céu da boca acaba se deformando por conta dos bicos artificiais. Isso faz com que o ruído apareça durante o sono, causando um quadro de ronco.

Como é o tratamento?

O tratamento para ronco em crianças pode variar muito. Isso depende principalmente da causa do problema. Por isso é importante consultar um especialista que possa avaliar o caso de forma individualizada.

Mas dentre os tratamentos mais utilizados estão os medicamentosos, o uso de aparelhos para melhorar a respiração e até a realização de uma cirurgia chamada adenoamigdalectomia – usada em casos extremos para resolver a situação.

Exames necessários:

O médico pode solicitar uma série de exames para entender o que está causando o ronco em crianças. O mais comum é que se faça uma análise para descobrir se há algum distúrbio.

Para isso, são usados sensores adesivos na pele da criança que devem monitorar o sono por uma noite. Esses sensores vão detectar qualquer anomalia na respiração, movimentação, oxigenação e frequência cardíaca.

Com esse resultado fica mais fácil mapear o problema e entender o que está causando o ronco em crianças. Com o diagnóstico em mãos o profissional poderá determinar o melhor tratamento para cada caso.

 

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