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Características da deficiência auditiva na infância

Apesar de muitas vezes os quadros de deficiência auditiva não serem reversíveis, oferecer suporte à criança é fundamental para garantir um bom desenvolvimento.

É importante ressaltar que a perda auditiva pode acontecer em qualquer fase da vida, o que inclui a idade adulta.

Contudo, quando ela ocorre ainda na infância ou no advento do nascimento, seus impactos são maiores. Isso porque a criança pode ter o desenvolvimento e o aprendizado escolar prejudicados.

O que caracteriza deficiência auditiva na infância?

A deficiência auditiva na infância acontece quando a criança não tem total capacidade de audição. Isso pode ocorrer em qualquer etapa da infância, bem como em diferentes níveis de gravidade .

De acordo com a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, uma em cada mil crianças mostra algum grau de perda auditiva logo ao nascimento, considerando apenas os casos mais significativos.

Ainda segundo os dados, cerca de três milhões de pessoas menores de 18 anos apresentam algum nível de deficiência auditiva.

Principais causas da deficiência auditiva na infância

Tanto as causas quanto os níveis de gravidade da perda auditiva em crianças variam.

No entanto, é muito comum que os pequenos apresentem redução leve e temporária do potencial auditivo em decorrência de resfriados ou alergias. Também pode acontecer quando mergulham em piscinas ou no mar.

Isso ocorre em adultos também. É aquela sensação de ouvido entupido que ocorre por conta de acúmulo de líquido. Esses casos costumam se resolver dentro de alguns dias, sem deixar qualquer sequela.

Ainda assim, é importante buscar opinião médica, pois, se o líquido tiver qualquer potencial infeccioso, poderá desencadear uma perda auditiva importante. É sempre melhor ir ao médico apenas para se certificar, concorda?

Os níveis de deficiência auditiva na infância são:

  • Leve;
  • Moderada;
  • Severa;
  • Profunda.

Outra forma de classificar é como condutiva, neurossensorial ou mista. Veja mais sobre isso a seguir.

Perda auditiva condutiva

Ela ocorre geralmente com o acúmulo de líquido infeccionado.

Esse líquido pode se instalar na orelha média. Também pode acontecer a perda auditiva condutiva quando há anormalidade em algum osso que faz parte da audição.

Perda auditiva neurossensorial

Nesse caso, a perda pode ser causada tanto por fatores genéticos quanto por infecções.

No primeiro caso o problema geralmente é detectado ao nascer. Ele acontece quando o ouvido da criança apresenta uma anormalidade em seus nervos. Isso acaba comprometendo a comunicação com o cérebro.

Na segunda possibilidade ocorre uma infecção que prejudica a audição ou algum trauma que desencadeia o quadro. A exemplo, podemos citar a meningite ou um traumatismo craniano.

 Perda auditiva mista

Como o próprio nome sugere, a deficiência auditiva considerada mista é aquela que mescla fatores da perda neurossensorial e da perda condutiva.

Principais sintomas da perda auditiva em crianças

Dependendo da idade da criança pode ser mais difícil perceber o problema. No entanto, conhecendo os sintomas fica mais fácil se atentar aos sinais de alerta. Preste atenção se:

  • A criança não se assusta nem pisca os olhos com barulhos altos;
  • O bebê com 3 meses de idade, não olha em direção a nenhum som que deveria chamar a sua atenção;
  • A criança não percebe que há alguém se aproximando antes de ver a pessoa;
  • A criança concentra-se somente em barulhos vibrantes, ou seja, sons que causam vibrações físicas, mas não se atenta a outros estímulos sonoros;
  • O bebê com doze ou quinze meses que ainda apresenta dificuldades de desenvolvimento ou atraso na fala;
  • A criança não atende ou sequer olha quando é chamada.

Lembre-se que quanto mais rapidamente os pais perceberem a deficiência auditiva infantil, mais rapidamente podem iniciar um tratamento, o que ajuda a garantir qualidade de vida para os pequenos.

Exames para identificar o problema

Uma vez que desconfiem do problema, pais ou responsáveis devem buscar orientação médica. Existem diversos exames que podem ser realizados para ajudar a identificar o grau e o tipo de perda de audição.

No entanto, no Brasil, o exame mais importante é realizado logo após o nascimento. Se trata do TANU – Triagem Auditiva Neonatal. Para muitos ele é conhecido como “exame da orelhinha”.

O exame é simples. Ele consiste na introdução de uma sonda bem pequena e delicada no ouvido do bebê. Então são produzidos estímulos sonoros em cada ouvido de uma vez.

A sonda capta o retorno, identificando se o bebê está percebendo os estímulos. O exame todo não leva mais do que 10 minutos e não causa dor,  nem é invasivo. No entanto, seus resultados são fundamentais!

Deficiência auditiva e surdez são a mesma coisa?

Há uma diferença importante entre deficiência auditiva na infância e surdez. Essa diferença é considerada, sobretudo, clinicamente.

A surdez ocorre quando a perda de audição é severa ou total. Sendo assim, são casos em que a criança não escuta absolutamente nada, ou quase nada.

Já a deficiência auditiva, como explicamos antes, tem diferentes níveis. Nesse caso são perdas leves ou moderadas da audição. Há também uma diferença entre os termos no âmbito social.

Pessoas surdas são aquelas que utilizam a linguagem de sinais (libras) para se comunicar. Pessoas com deficiência auditiva nem sempre precisam disso, pois muitas conseguem se comunicar oralmente.

Recebendo o diagnóstico de deficiência auditiva na infância

Uma vez que os pais são surpreendidos com o diagnóstico de uma deficiência auditiva importante é preciso, primeiro, manter a calma.

Depois de digerir a notícia é hora de olhar com carinho para a situação e traçar planos para ajudar a criança a se desenvolver da melhor forma. Nesse caso, consulte o médico sobre:

  • Como ajudar a criança a desenvolver a fala?
  • O quadro é permanente ou temporário?
  • O quadro vai se agravar?
  • Como monitorar se está estagnado ou piorando?
  • É importante visitar outro especialista?

Além disso, não tenha receio de tirar outras dúvidas, mesmo aquelas que parecem mais “bobas”. O médico deve orientar os pais e auxiliar quanto à nova etapa da vida da criança .

Tratamentos possíveis para perda de audição

O médico deve analisar cada caso para definir qual é o melhor tratamento. Dentre dos possíveis, destacamos:

  • Drenagem de fluido para perda não permanente;
  • Uso de aparelhos auditivos;
  • Aparelhos auditivos ancorados ao osso;
  • Implantes cocleares.

Em alguns casos podem ser sugeridos exercícios com fonoaudiólogo para ajudar no desenvolvimento da fala em paralelo ao tratamento auditivo.

Por fim, o mais importante é identificar o problema, confirmar o diagnóstico e buscar os melhores caminhos para que a criança se desenvolva da melhor forma possível.

 

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