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Tudo sobre Hiperpaternidade

Pais e mães sonham em criar filhos felizes, almejam que se tornem boas pessoas e que reproduzam os principais valores estabelecidos na infância e repassados de uma geração para outra. Porém, o cuidado excessivo pode gerar uma situação de hiperpaternidade.

Independentemente de qual é o modelo educativo que você escolha para seus filhos, sabemos que a atenção, o amor e o cuidado devem ser alguns dos pilares fundamentais. A hiperpaternidade acontece quando essa proteção se torna excessiva e acaba minando o desenvolvimento da criança.

Conhecer o termo e entender quais são os efeitos negativos disso no crescimento saudável é importantíssimo até mesmo para identificar sinais de hiperpaternidade e trabalhar no seu controle antes que se torne nocivo.

Tudo sobre hiperpaternidade

A hiperpaternidade é identificada por um controle e uma proteção excessiva que acabam prejudicando o desenvolvimento das crianças. Nesse modelo educativo, os pais ou responsáveis decidem resolver todos os problemas e arcar com todas as carências da criança.

Isso, acaba comprometendo o desenvolvimento saudável dos filhos, que acabam inseguros quanto ao senso de independência e autoconfiança – tão necessários na fase juvenil e adulta.

Pais perfeitos exigem filhos perfeitos

Será mesmo? Infelizmente sim, pois há uma espécie de distorção nesse modelo. O conceito de hiperpaternidade traz consigo a ideia de hiperfilhos. Isso porque pais que adotam esse modelo de criação tão problemático, quase sempre se enxergam com um olhar de perfeição e também exigem que os seus filhos sejam perfeitos.

Porém, isso só tende a gerar frustrações, já que nem sempre os pequenos conseguem atender as expectativas dos seus pais. Outro problema associado é que essas crianças são ensinadas que “merecem tudo”. Hiperpais têm dificuldades em impor limites, pois acreditam que seus filhos não precisam deles.

Em resumo, nessa situação os adultos querem criar filhos perfeitos, que não cometam erros, que não enfrentem dificuldades e que tenham acesso fácil a absolutamente tudo o que desejam. Essa é uma realidade praticamente utópica.

Quais são os efeitos nocivos da hiperpaternidade?

Como você já deve ter notado, existem diversos problemas associados à hiperpaternidade. Esse tipo de criação pode parecer bom no começo, afinal, protege a criança de alguns sofrimentos. Porém, os efeitos nocivos podem trazer sofrimentos ainda maiores no futuro, desencadeando:

  • Insegurança constante frente a qualquer desafio;
  • Dificuldade exagerada em tomar decisões;
  • Falta de habilidade para lidar com frustrações;
  • Pouca ou nenhuma empatia;
  • Estresse exagerado com situações corriqueiras;
  • Falta de autonomia;
  • Dificuldade em assumir responsabilidades;
  • Problemas de autoestima e autoconfiança.

Isso tudo acontece porque na infância a criança que sofre com a hiperpaternidade é privada de ter contato com emoções e experiências que nem sempre serão agradáveis – mas que são essenciais para o amadurecimento saudável e a convivência em sociedade.

Afinal, é preciso entender que não é possível e tampouco seria bom, manter a criança em uma espécie de redoma, impedindo que ela lide com todas as coisas desagradáveis ou não que a vida lhe reserva.

Sinais de que você é um hiperpai

Tão importante quanto conhecer os problemas desencadeados por essa superproteção é identificar rapidamente os sinais de que você mesmo pode ser um hiperpai. É possível perceber isso prestando atenção no seu comportamento.

Alguns sinais de alerta são:

  • Não permitir que os filhos fiquem entediados;
  • Mimar a criança demais;
  • Assumir atividades e responsabilidades que são da criança, como tarefas escolares;
  • Antecipar os desejos da criança e não deixar que ela elabore e verbalize essa vontade;
  • Impedir que os filhos tomem decisões;
  • Justificar comportamentos mal-educados com frases com “ele é pequeno” ou “está cansadinho”;
  • Permitir que a criança adote um papel de autoridade dentro da casa;
  • Evitar que seus filhos entendam na prática a consequência de seus atos, como quando agridem física ou verbalmente outra pessoa.

Perceba que pais com esses comportamentos podem simplesmente estar confusos quanto a sua percepção de carinho e proteção. Atitudes como essas que listamos, no fundo, carregam uma intenção de privar a criança de frustrações e evitar que conheça alguns sentimentos desagradáveis.

O que parece algo completamente inofensivo agora, na infância, vai moldando uma pessoa pouco preparada para situações estressantes, e com grande incapacidade de resolver seus problemas por conta própria. Lembre-se que por mais que ame seu filho, é sua responsabilidade prepará-lo para o mundo, pois sabemos que pela lei natural da vida, um dia partiremos e não estaremos para sempre disponíveis para resolver as situações complicadas no lugar dos filhos.

O que pode estar associado a hiperpaternidade?

A hiperpaternidade pode ter associação com diversos fatores. Para começar, as famílias são muito menores do que eram há alguns anos.

Antes, os pais costumavam ter entre 5 e 12 filhos. Hoje mal passam de dois. Com isso, existe uma necessidade de dar muita atenção à essas crianças, o que acaba evoluindo para uma superproteção ou para uma mentalidade de dar a esse filho aquilo que os pais não tiveram oportunidade de ter – mesmo que o filho não esteja pedindo nada.

Além disso, os parentes estão cada vez mais distantes e os próprios pais trabalham muito e passam pouco tempo com os filhos. Isso traz uma sensação de culpa e uma necessidade de compensar essa ausência protegendo demais as crianças.

Porém, é preciso entender que esse é o contexto atual em que vivemos. Pais que estudaram e se prepararam mais em busca de posicionamento profissional, logo, trabalharão mais em função disso. Filhos desses pais não são únicos nessa situação, a geração deles tem seus próprios desafios e principalmente regalias.

O que os pais não devem abrir mão é de passar princípios e valores morais, e lembrar que saúde emocional tem a ver com vivenciar alegrias e tristezas, sentimentos bons e também ruins. E nas situações em que seus filhos sentirem na pele emoções estressantes, simplesmente esteja ao lado para apoiar e ensinar como lidar com isso. Pode doer, então se permita sentir junto, mas não impeça.

Pais mais velhos tendem a ser mais protetores:

Podemos analisar também que aqueles que se tornam pais mais velhos, tem uma tendência cada vez maior na sociedade de desenvolver a hiperpaternidade.

Isso ocorre porque conforme envelhecem as pessoas se preocupam mais em serem pais perfeitos e também criarem filhos perfeitos. Daí começam as cobranças excessivas que podem causar tantos danos.

Porém, o principal motivo para muitos pais acabarem desenvolvendo a hiperpaternidade é que eles mesmos tiveram uma infância frustrada, e por isso projetam nos filhos as suas expectativas de sucesso.

Autoridade x permissividade

A verdade é que muitos pais se confundem um pouco na hora de criar seus filhos. Até certo ponto isso é normal, não existe receita pronta para isso, não é mesmo? É comum que adotem uma educação mais autoritária ou então o extremo oposto, se tornando completamente permissivos.

O que alguns especialistas explicam é que existe um ponto de equilíbrio que os pais precisam encontrar. A criação deve ser um pouco mais relaxada, mas, é claro, sem negligenciar os cuidados e a atenção que as crianças requerem.

Por que esse tema é tão importante?

“Cada um cria o seu filho como quer”. Essa é uma máxima que vem sendo praticada pela humanidade há muito tempo.

De fato, alguns pais têm plena capacidade de escolherem o que é melhor para seus filhos. No entanto, é importante encarar a criação de filhos com um olhar crítico e entender que um descontrole exagerado no modelo educativo pode trazer danos para toda a vida.

A hiperpaternidade é um desses casos. Ela mina o desenvolvimento da criança em aspectos muito importantes, e as vezes ela cresce e os danos são irreversíveis, formando um adulto com potenciais inexplorados ou bem limitados.

É claro que gostaríamos que nossos filhos crescessem livres de qualquer sofrimento. Mas, a verdade é uma só: isso não é possível – nem saudável. Afinal, alguns sentimentos, ainda que difíceis de lidar, são fundamentais e são parte da experiência e da beleza do que é ser humano.

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