Translactação e relactação são técnicas usadas para ajudar a mãe com dificuldade para amamentar. O funcionamento delas é bem parecido sendo feito com o uso de uma sonda bem fininha e um recipiente artificial – que parece muito com uma mamadeira.
O recipiente é abastecido com leite exclusivamente materno (translactação) ou misturado com fórmulas (relactação). Ele então é fixado bem próximo ao seio. A sonda fica com uma de suas extremidades dentro da mamadeira e a outra ponta será posta bem próxima ao mamilo.
Assim, quando o bebê for posto em contato com o mamilo ele vai sugar os dois: o bico do peito e a pontinha da sonda que foi presa discretamente.
Translactação e Relactação: saiba como fazer e quais as diferenças
Ter dificuldade para amamentar pode ser bastante frustrante tanto para mães de primeira viagem como para mães experientes. Existem muitos motivos pelos quais as mulheres podem enfrentar isso, mas tenha paciência e busque informação segura e confiável para que atravesse essa fase da melhor forma.
As técnicas de translactação e relactação existem justamente para ajudar na amamentação dos bebês. Se você tem dúvidas sobre isso continue lendo até o final e entenda as diferenças entre as técnicas e como podem ser utilizadas.
O que é translactação e relactação?
Antes de falarmos sobre qualquer dificuldade para amamentar que eventualmente as mulheres podem enfrentar, vamos explicar o que é translactação e relactação e apontar as diferenças entre elas.
Translactação:
A translactação ocorre quando é utilizada uma sonda para ajudar na amamentação. A sonda transporta o leite de um recipiente até a boca do bebê. Ela fica posicionada próxima ao mamilo. Assim, o bebê toma o leite ali, coladinho ao seio da mãe, porém com auxílio da sonda.
Essa é uma técnica muito útil em especial para bebês prematuros. Isso porque eles podem ter menos força para sugar e a sonda acaba fazendo o “trabalho pesado”, deixando a criança mais confortável para se alimentar de maneira correta.
Relactação:
A relactação funciona de forma muito parecida. A única diferença é que ela ocorre não somente com o leite materno, mas com o reforço de fórmulas para complementar a alimentação. É muito utilizada quando a mulher não produz leite suficiente para amamentar e não consegue suprir as demandas do bebê por conta própria, por exemplo.
Dificuldade para amamentar: entenda como fazer translactação e relactação
O funcionamento das técnicas é bem parecido. Ambas ocorrem com o uso de uma sonda e um recipiente artificial que se assemelha com uma mamadeira, e essa “mamadeira” é abastecida com leite – que pode ser exclusivamente materno ou misturado com fórmulas, depende de cada caso.
O recipiente é fixado bem próximo ao seio – geralmente entre eles. O importante é que a sonda seja posicionada mais alta, acima do mamilo, de modo que o canudo por onde o leite vai passar tenha “uma queda” para facilitar a chegada do alimento até o bebê.
Dica importante para utilização das técnicas
Há um ponto de atenção fundamental para mulheres que estão com dificuldade para amamentar e que pretender partir para translactação ou relactação.
O uso da sonda precisa ser pensado de forma inteligente. Isso porque o bebê tende a se acostumar com o fluxo da sonda, o que pode prejudicar uma transferência para mamadas exclusivas no peito depois.
O peito da mãe demora cerca de 2 minutos para fornecer o leite depois que a criança começa a sugar. Ou seja, a criança precisa se esforçar sem ser “recompensada” nesses 2 minutos iniciais das mamadas.
Já a sonda fornece o leite imediatamente. Não é difícil entender o que acontece nesse caso: se a criança percebe que com a sonda ela tem o leite imediatamente, não terá interesse em mamar no seio, pois lá a recompensa demora um pouco mais.
Como resolver?
A dica é que a mãe comece colocando o bebê para mamar somente no peito. Assim, ele vai fazer aquele esforço inicial ao mesmo tempo em que estimula a mama e ajuda na produção de leite. Faça isso nos dois seios e somente quando perceber que a criança “desistiu” da mamada é que deve levar a sondinha até a região do mamilo.
A sonda da translactação e relactação é muito fina e delicada, então você consegue fixar próxima ao mamilo facilmente sem incomodar a criança, que então voltará a mamar ao mesmo tempo em que continua estimulando a produção da mãe.
Sondas utilizadas
O pediatra é a melhor pessoa para indicar qual sonda é ideal para cada criança. Em geral, as mães com dificuldade para amamentar são orientadas a comprar sonda nasogástrica pediátrica número 4 ou 5 para o processo manual.
Existem também kits específicos para translactação e relactação que podem ser adquiridos em drogarias e farmácias. Eles já vêm com o recipiente para colocar o líquido, o cano para passar o leite e os adesivos para fixação na pele.
Principais cuidados com a sonda
A sonda utilizada para amamentação precisa passar por um processo de higienização bem criterioso. O correto é lavar com água e sabão após cada uso para limpar e evitar entupimento.
Além disso, é indicado também ferver o material por 15 minutos antes da utilização. Assim você garante a esterilização e evita que fiquem vestígios de leite dentro do canudinho.
Troca da sonda:
A cada 2 ou 3 semanas a sonda deve ser descartada e uma nova deve ser adquirida. O próprio bebê pode ser um termômetro da necessidade de troca. Se perceber algum incômodo ou recusa da criança, tente uma nova sonda.
Situações em que a translactação e relactação são indicadas
Na maioria das vezes em que há dificuldade para amamentar se trata de um processo de adaptação, uma dificuldade temporária.
Mas, as duas técnicas visam suprir essa necessidade e ajudam a adaptar a criança e a mulher para a amamentação. Os problemas podem ser tanto por limitações do bebê quanto da mãe.
Os principais são:
- Criança prematura e sem força para a pega;
- Baixa produção de leite materno;
- Bebês com alterações cardíacas, neurológicas ou de outra origem que dificultam a mamada;
- Descida tardia de leite.
Também devemos lembrar que essa é uma alternativa para mães adotivas que querem amamentar, ou para mulheres que façam uso de medicação que compromete a produção do leite.
Desmame da sonda
Como falamos anteriormente, em muitos casos o bebê se acostuma com o fluxo e a “facilidade” da sonda, o que pode trazer problemas na hora de migrar para mamadas somente no peito.
A dica é que essa transição seja feita de forma gentil e gradativa. Não adianta tirar a sonda de um dia para o outro e esperar que o bebê mame normalmente sem ela. A primeira coisa a fazer é pedir ajuda para o pediatra e orientações de como fazer isso.
Mas, como uma dica geral, as mães podem começar diminuindo a frequência da sonda entre as mamadas, deixando o bebê um tempo somente no peito e reduzindo cada vez mais o tempo do dispositivo artificial. O mais importante é garantir ao bebê a alimentação adequada.
Ter dificuldade para amamentar é normal e acontece com muitas mães. Técnicas como o Power Pump, a relactação e translactação surgem para ajudar. Não se culpe nem se sinta mal por isso. Pense nessas alternativas como suas parceiras para suprir essa demanda.